terça-feira, 10 de novembro de 2009

Personagem da Semana - Nelson Sargento


Boa noite,

Nelson Mattos, nasceu no Rio de Janeiro no dia 25 de julho de 1924. Há mais de 85 anos!

Sua mãe Rosa Maria era empregada doméstica e cozinheira. Trabalhava e morava com Nelson na Tijuca. Nelson conviveu pouco com o pai que era cozinheiro, pois ele não morava com sua mãe. Seu pai morreu de gangrena, depois de um acidente na cozinha de um restaurante; uma panela de água quente caiu em seu pé e, não sendo tratado, acabou morrendo.

Quando ainda era menino foi morar no morro do Salgueiro, em um barraco alugado. Foi no morro do Salgueiro que o futuro compositor, então com dez anos de idade, tomou conhecimento do samba, desfilando e tocando tamborim. Ali ainda haviam duas escolas de samba: a "Unidos do Salgueiro" e a "Depois eu Digo". José Casemiro, (conhecido como Calça Larga), uma liderança no morro, uniu todas elas, nascendo assim a imortal “Acadêmicos do Salgueiro.”

Mas como esta história tão ligada ao Salgueiro foi parar na Mangueira que representa o nosso personagem?

Sua mãe teve muitas dificuldades para se manter com o filho no Morro do Salgueiro. Alfredo Português, importante compositor do GRES Estação Primeira de Mangueira, que era amigo do padrasto de Nelson convidou-os para morarem com ele em sua casa na Mangueira. Alfredo Português era empreiteiro da construção civil e um excelente letrista. Era uma figura diferente naquele universo dos morros do RJ, um português que compunha sambas.

Foi daí para frente que Nelson despontou para a música, quando Alfredo Português, que se tornou seu padrasto, descobriu o talento que surgia no jovem. Compuseram juntos (e também Jamelão), em 1955, o clássico samba-enredo "Primavera", também chamado de As quatro estações do ano, considerado um dos mais belos de todos os tempos.

Além disto, desde jovem, ajudava o Alfredo, nas obras, pintando as paredes das casas. Durante o intervalo dos trabalhos, aproveitou o que estava ao seu alcance: madeira, tinta, lixa, massa e pincel. E com isto começou também a fazer pinturas. Naquela época, ele trabalhava perto da casa de Sérgio Cabral, que o estimulou nessa atividade. Quando fez uma mostra durante o aniversário do crítico musical e conseguiu vender tudo. O primeiro a comprar um quadro foi ninguém menos que Paulinho da Viola.

Nelson integrou o conjunto A Voz do Morro, ao lado de Paulinho da Viola, Zé Kéti, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, José da Cruz e Anescarzinho. Entre seus parceiros de composição musical, estão Cartola, Carlos Cachaça, Darcy da Mangueira, João de Aquino e Pedro Amorim. Neste momento já era Nelson Sargento, apelido fruto da patente mais alta que atingiu quando trabalhava no Exército Brasileiro.

Além de cantor, compositor e pintor, Nelson também se tornou escritor e ator. Escreveu os livros "Prisioneiro do Mundo" e "Um certo Geraldo Pereira". Atuou nos filmes "O Primeiro Dia", de Walter Salles e Daniela Thomas, "Orfeu" de Cacá Diegues, e "Nélson Sargento da Mangueira" de Estêvão Pantoja, que lhe valeu a premiação do Kikito, no Festival de Gramado, pela melhor trilha sonora entre os filmes de curta metragem.

Atualmente vive em Copacabana, casado com Evonete Belizario Mattos - empresária e produtora - criou onze filhos e vários netos e bisnetos. O compositor mangueirense possui, aproximadamente, quatrocentas músicas em seu repertório. E se apresenta nesta sexta-feira no Traço de União em uma noite de gala no samba paulistano.

Compositor, cantor, pesquisador da música popular brasileira, artista plástico, ator e escritor brasileiro. Este é um pouco do mestre de 85 anos que veremos nesta sexta-feira em São Paulo. Imperdível!

Quem: Nelson Sargento
Quando: 13/11 – 22h
Onde: Traço de União
Quanto: R$ 30 H e R$ 20 M

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